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Arrematação (de Escravos)

Publicado: Quinta, 11 de Novembro de 2021, 17h16 | Última atualização em Quinta, 11 de Novembro de 2021, 17h16
Mercado de escravos no Rio, comerciante de Minas Gerais barganhando. A. P. D. G. Sketches of portuguese life, manners, costume, and character. London: Printed for Geo. B. Whittaker, 1826. OR1493

Se o tráfico de escravos em geral exigia um montante de capital que limitava a atividade a grandes comerciantes, ou a comerciantes que contassem com forte apoio da atividade do setor financeiro, isso não impedia que negociantes de menor cabedal se envolvessem no comércio de escravos, em especial no mercado interno. Ao chegarem à cidade de destino (Rio de Janeiro ou Salvador, por exemplo), os escravos sobreviventes eram organizados para a venda em praça pública, onde eram arrematados após negociações com os comerciantes. Os senhores das grandes fazendas muitas vezes se ressentiam da atuação dos comerciantes menores, pois estes chegavam cedo ao mercado e deixavam poucas “peças” (termo utilizado no período para se referir aos africanos escravizados) disponíveis, com a intenção de revender esses escravos arrematados a preços bem mais elevados. Eram conhecidos como atravessadores e, em algumas ocasiões, a sua atuação foi coibida ativamente pelos agentes da Coroa. Na década de 1720, a câmara dos vereadores do Rio de Janeiro e o ouvidor-geral estabeleceram uma multa a quem atravessasse o comércio. Contudo, diante de novas denúncias, em 1756, o governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire Andrada, após parecer de um grande negociante da época (Antônio Pinto de Miranda), orienta que o rei não aceite a denúncia da câmara. O argumento de Miranda defendia que uma repressão aos menores comerciantes traria muito mais prejuízo do que lucro aos grandes, contrariando a posição da própria câmara e afirmando que os pequenos comerciantes se dedicavam a lidar com o refugo do mercado, desonerando os grandes comerciantes de trabalhar com “peças” pouco 

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