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Seda

Publicado: Sábado, 13 de Novembro de 2021, 04h33 | Última atualização em Sábado, 13 de Novembro de 2021, 04h33
Gravura colorida descrevendo o ciclo do bicho da seda, anexa ao ofício de Antônio José Vieira da Vitória a Real Junta do Comércio onde relata a descoberta de uma nova espécie de bicho da seda, no distrito da vila da Vitória do Espírito Santo. Vitória, 27 de agosto de 1818. Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. BR RJANRIO 7X.CAI423.3

Fibra natural bastante resistente, de origem animal, usada na fabricação de tecidos comercialmente valorizados. É obtida a partir do casulo do bicho-da-seda – um inseto cujo ciclo de vida é formado por quatro estágios morfológicos: ovo; lagarta ou larva; pupa ou crisálida e adulto. Na fase larvar, produz o fio de seda ao redor de seu corpo, formando o casulo que é transformado em fios e tecidos. A China é considerada o berço da sericicultura. Acredita-se que os chineses começaram a produzir seda por volta do ano 2700 a.C. Seriam os gregos, durante o período de expansionismo, que levariam o luxuoso tecido para o continente através da rota da seda – caminhos que ligavam a Europa ao Oriente. Tais rotas tinham um tráfego comercial intenso desde o século III a.C. e receberam esse nome pois, dentre todos os produtos que eram negociados, a exemplo do jade, especiarias, folhas de chá, incenso e algodão, a seda tornou-se o mais procurado. Os europeus só conseguiriam produzir a seda, desvendando o mistério em torno de sua fabricação. A princípio acreditavam que o fio era proveniente da fibra de uma árvore. Em 552 o Imperador Justiniano enviou dois monges à China, com o objetivo de descobrir o processo de confecção do tecido, que retornaram com ovos do bicho-da-seda em sua bagagem. A cultura da seda ou sericicultura foi uma atividade econômica de grande importância para Portugal até meados do século XX, quando entrou em decadência. Entre as mais de 500 espécies de bichos-da-seda em estado selvagem destaca-se a domesticação dos bichos-da-seda da amoreira, Bombyx mori (Linnaeus, 1758), que tinham nas folhas dessa árvore em Portugal o seu único alimento com o objetivo de produzir o fio da seda. As amoreiras foram objeto de trabalhos científicos e memórias como a "Instrução sobre a cultura das amoreiras, e criação dos bichos da seda: dirigida a conservação, e aumento das manufaturas da seda", do padre Rafael Bluteau, publicada em 1679 (AZEVEDO, Jorge et alii. História da sericicultura em Portugal. Origem e utilização atual dos bichos-da-seda e da seda. 1º Encontro de História da Ciência no Ensino, 2015. https://www.researchgate.net/publication/277403873). No século XVIII, houve tentativas de introdução da cultura da amoreira na América portuguesa para a criação do bicho-da-seda principalmente pelo marquês do Lavradio. Porém o projeto não prosperou, em grande parte devido à assinatura, em 1703, de um tratado com a Inglaterra obrigando as colônias portuguesas a importar tecidos ingleses, o que protelou o surgimento da indústria brasileira

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