Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Sociedade Literária

Publicado: Sábado, 13 de Novembro de 2021, 05h11 | Última atualização em Sábado, 13 de Novembro de 2021, 05h11

Desde o século XVI, começam a surgir na Europa as primeiras associações literárias, preocupadas com a discussão de temas ligados às letras e às ciências. O século das Luzes viu multiplicar o número de congregações com esse caráter em todo continente, despertando o espírito associativo entre homens ilustrados. Em Portugal, as sociedades literárias surgem no final do setecentos, marcando o período de emergência do pensamento reformista-ilustrado e de uma certa esfera pública literária. Espaços de sociabilidade, as sociedades literárias e os outros espaços afins – como a Universidade de Coimbra, a Academia Real das Ciências de Lisboa, os círculos aristocratas, as lojas maçônicas, os salões, os clubes e os cafés – além de serem espaços de divulgação e troca de conhecimento científico, permitiram a divulgação e a discussão do pensamento político num sentido amplo. Organizações muito comuns nos séculos XVIII e XIX, as sociedades literárias demonstravam a influência dos princípios ilustrados que primavam pelo desenvolvimento racional do pensamento. No Brasil, esses espaços surgiram na primeira metade do século XVIII. A primeira associação fundada na América portuguesa foi a Academia Brasílica dos Esquecidos em 1724 na Bahia e tinha como principal objetivo reunir informações sobre a história brasileira. Ao longo da segunda metade dos oitocentos, o Brasil conheceu um intenso movimento academicista, dissipado pelas várias regiões da colônia. Célebre exemplo foi o da Sociedade Literária do Rio de Janeiro, fundada em 1786, onde se reuniam letrados e intelectuais para discutir novas ideias e teorias vindas da Europa. Acusada de conspiração política, por abrigar um espaço de debates dos ideais franceses, criticando a realidade colonial confrontada aos princípios de liberdade, foi fechada em 1794 e executada uma devassa na vida dos seus associados. Sem prova contra os acusados, todos foram libertados e a sociedade reaberta quatro anos depois.

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página