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Guaraná do Pará

Publicado: Sexta, 26 de Novembro de 2021, 18h27 | Última atualização em Sexta, 26 de Novembro de 2021, 18h27

Planta originária da floresta amazônica, o guaraná (Paullinia cupana H.B.K.) foi posteriormente adaptado e cultivado nas demais regiões do país. Narrativas de viagens realizadas no Brasil do século XVIII já registravam a existência da bebida feita do guaraná, destacando seu efeito estimulante e refrescante, bem como suas qualidades fitoterápicas. Mas foi o botânico Carl Friedrich Philipp Von Martius (1794-1868) que descreveu em Viagens pelo Brasil (Amazonas, Pará, 1819) o preparo da bebida de guaraná realizado pelos índios Sateré-Maué, também chamados “povo do guaraná”, que foram os pioneiros na sua domesticação e cultivo. Os Sateré-Maué (Amazonas) tomavam o guaraná reduzido a um pó bastante fino acrescido de água. Só depois, o consumo da bebida se generalizou, passando a fazer parte da dieta alimentar das demais tribos indígenas e dos colonos do Pará, que ralavam o pão de guaraná usando o osso do pirarucu (hióide). O guaraná é um cipó lenhoso (trepadeira) que cresce sobre as árvores, podendo atingir até dez metros de altura. Cultivado possui porte de arbusto em forma de moita, com apenas três metros. As flores são brancas, ou amarelas claras, e os frutos se aglomeram em cachos compridos que, maduros, possuem cor avermelhada e se apresentam entreabertos, exibindo sementes negras. As sementes maduras do guaraná são torradas e moídas, formando uma massa moldável e homogênea de cor cinzenta que, depois da defumação para secagem, escurece com o tempo, devido à oxidação. A partir dessa massa, se produzem os “pães” de forma cilíndrica, elíptica ou oval de consistência duríssima que precisam ser limados para consumo. Pesquisas médicas divulgaram as propriedades medicinais do fruto amazônico: antitérmico, antineurálgico, antidiarréico, estimulante, analgésico e antigripal. O guaraná é hoje comercializado em quatro formas: em rama, em pó, em xaropes e essências para refrigerantes, e o Brasil é praticamente o único produtor do mundo seguido por uma pequena produção comercial realizada na Venezuela e no Peru.

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