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Irmandade de Santa Cecília

Publicado: Sexta, 26 de Novembro de 2021, 20h13 | Última atualização em Sexta, 26 de Novembro de 2021, 20h13

Associação religiosa constituída em Lisboa provavelmente no início do século XVII, cuja primeira sede pegou fogo no Terremoto de 1755 e cujos primeiros documentos se perderam. Foi reconstruída em 1760 por alvará de d. José I, que atendeu ao pedido dos membros da irmandade que desapareceu. Essa nova versão da irmandade de Santa Cecília dos Músicos de Lisboa serviu de modelo para as irmandades de corporações que surgiram no Brasil durante o período colonial e o primeiro reinado, inclusive a própria irmandade de Santa Cecília, que só foi instalada por aqui na segunda metade do século XVIII. Antes disso os músicos se reuniam em outras irmandades, sobretudo as que aceitassem negros e mestiços, uma vez que muitos músicos da colônia eram forros, libertos e mulatos. A música era parte da educação das elites brancas coloniais, mas nunca como uma atividade laboral, ligada às artes liberais. Aos homens pobres, sobretudo de cor, restavam tais posições de trabalho que conferiam algum prestígio. Nas Minas Gerais, onde havia grande número de músicos, havia as irmandades de Nossa Senhora da Boa Morte, de Nossa Senhora das Mercês, de Nossa Senhora do Rosário, que recebiam os músicos, irmandades voltadas para a devoção de negros, cativos ou livres. A primeira irmandade de Santa Cecília instituída no Brasil foi a de Olinda, em 1760, a do Rio de Janeiro ocorreu em julho de 1784, quando teve seu compromisso registrado oficialmente por um tabelião, na Igreja de Nossa Senhora do Parto. O compromisso, ou os estatutos de funcionamento da agremiação, estabelecia o controle do exercício da profissão de músico, já que somente os irmãos poderiam trabalhar na área profissionalmente, além de estabelecer a necessidade de provar o talento e capacidade para a música. Regulava a estrutura da irmandade / corporação, as ações sociais a que os irmãos tinham direito, como sepultamentos, missas e auxílios financeiros e caridade, a distinção entre os tipos de músicos, a rígida disciplina no exercício profissional bem como as penas para a infração das regras, a perda do título de irmão em caso de mau uso da profissão ou  mau comportamento, os preparativos necessários para a festa da padroeira, principal evento que conferia prestígio à irmandade e seus membros, além de tratar das questões administrativas internas.

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