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Motins do Campo D´Ourique

Publicado: Sexta, 03 de Dezembro de 2021, 19h27 | Última atualização em Sexta, 03 de Dezembro de 2021, 19h27

Nos anos que antecederam as invasões francesas em Portugal, esse procurou manter uma posição de neutralidade nas disputas de hegemonia política e de território entre a Grã-Bretanha, aliada histórica dos lusos, e a França, que avançava em direção a suas fronteiras com o exército napoleônico. Nesse período de paz instável, os motins no Campo de Ourique foram o enfrentamento entre portugueses anglófilos e francófilos. O episódio envolve principalmente o general Gomes Freire de Andrade, que comandava o regimento do quartel de Infantaria do Campo de Ourique e era maçom ligado às lojas inglesas. A origem dos motins estava em um acontecimento nas festividades do dia de Corpus Christi de junho de 1803, quando houve um desentendimento entre o general e alguns oficiais da Guarda Real de Polícia de Lisboa, francófila. Em meio ao tumulto, o general Gomes Freire mandou prender o ajudante de Polícia Grosson, homem de confiança e conselheiro do conde francês Novion, residente na cidade. Os oficiais do regimento do Ourique eram apoiados pelo Duque de Sussex (liberal e constitucional), e o conflito entre ingleses e franceses se refletiu na confusão entre o exército anglófilo e a guarda real francófila. No mês seguinte, julho de 1803, em outra festividade local, o conde Novion enviou seu protegido Grosson e a Guarda Real ao Campo de Ourique, ato que foi visto pelos militares apoiados por Gomes Freire como um gesto de provocação e resultou em pancadarias, tumultos e mortos. O general mandou prender o conde e logo depois da apuração mandada empreender pelo rei, foi preso ele também. Ao final, tanto Gomes Freire quanto Novion foram repreendidos pelo rei, removidos de suas posições temporariamente. Esse episódio denota o clima de tensão entre ingleses, franceses e suas alas de apoio dentro de Portugal no início do século XIX e a dificuldade do governo de manter sua política de neutralidade.

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